quinta-feira, 22 de julho de 2010

Ontem assisti o programa da Oprah e fiquei perplexa com a situação limite de um casal que lida com uma filha de sete anos com esquizofrenia, doença que a aflige desde bebê. Jani ouve vozes e se sente perseguida. No caso dela, alucinações tomam a forma de crianças e animais imaginários. Ela tem uma amiga chamada “24 Horas”, um rato chamado “Quarta-feira” e um gato a quem ela deu o nome de “400” e que lhe manda fazer coisas ruins.
Os pais passam o dia tentando protegê-la, estimulando-a o tempo todo com atividade pra que ela não entre em seu "mundinho" e as alucinações iniciem.
Deus! Que provação. A menina toma dosagens de remédios receitados aos pacientes adultos com mais alto grau da doença. Desde os cinco anos manifesta agressividade exarcebada e os pais têm medo de que ela tente se matar (já tentou algumas vezes) ou machucar o irmão bebê.
Os pais fazem terapia, frequentam grupos de apoio, tomam antidepressivos e mesmo assim suas aparências mostram claramente o quanto isso já os afetou.
Eu já fico tão cansada quando a MC resolve testar os limites. Agora que está de férias, sem a rotina escolar, está tão teimosa, manhosa.
Tomando conhecimento de cases como da pequena Jani, mesmo sentindo por seus pais, um alívio me acomete e agradeço muito por não passar por adversidade extrema.
Quando somos pais de primeira viagem, não temos muitos parâmetros, modelos no dia-a-dia que nos mostrem o que está certo, o que é normal no desenvolvimento de nossos filhos. Mesmo sendo educadora por profissão, em vários momentos me vejo insegurança com minhas atitudes, ou falta de atitudes. Afinal, não existe receita nem manual 100% compatível com a diversidade das situações diárias de se educar uma criança. E desconfiem daqueles que prometem ser.
Por isso sentimos a necessidade de comparar com os filhos de amigos, daquela mãe que puxou conversa com você no playground, com os coleguinhas da escola... o que come, o que não come, o peso, a altura, o que fala, o que estuda, o que sabe fazer. Como professora, costumava achar isso uma coisa tão ridícula e como mãe não consigo me conter. E pior, a comparação pode servir para nos deixar aliviados ou ainda mais angustiados. Mas, quando acompanhada de preocupação real, sem muitas neuroses, com a saúde dos rebentos já é um bom indício de que se está no caminho certo.
Hoje acredito que é maneira saudável (quando sem exageros) de acompanhar o crescimento de nossos bem maiores. A razão de nossas vidas. Fonte de angústias e alegrias. De vida.
Não é?!

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