Então... pessoas que me acompanham...
Este ano promete muitas novidades. Além dos eventos importantes que estão por vir e que devem chamar a atenção de todo mundo, em maior ou menor grau, como a Copa da África e as eleições gerais, particularmente para mim será um ano cheio de expectativas e talvez de muitas mudanças por outros motivos.
Além do mestrado, que deverei terminar até agosto/setembro do ano corrente, com a graça de Deus e toda paciência e perseverança do mundo, serei professora de uma turma de 1o ano e confesso: Nunca dei aula pra crianças tão novinhas. Muitas começarão o ano letivo com 5 anos de idades. Imaginem isso. 30 crianças entre 5 e seis anos de idade... Jesus!!! Me ajude!!! Mas eu escolhi, acreditem. Primeiro pra continuar a parceria com minha colega de trabalho Tânia. Além da amizade que estamos cultivando, ela é muito competente e comprometida e tenho certeza que nos divertiremos e aprenderemos muito nesta nova empreitada. Segundo, acho que apesar do cansaço físico que provavelmente será maior, acredito que teremos um ano menos tenso. Trabalhar com final de ciclo durante 4 anos tem sido bem estressante.
Afora as novidades acadêmico-profissionais, receberei em minha casa duas pessoas da família por alguns meses e quem sabe "num" futuro próximo poderemos estar todos juntos novamente, vivendo as mesmas estações climáticas. Curtindo as tão sonhadas reuniões de fim de semana... ah! com eu queria...
A família tem uma função muito importante na vida das pessoas. Ela nos mantém próximos de quem a gente é, do nosso horizonte de sentido.
Horizonte de sentidos é tudo aquilo que nos tem significado e são fundamentais para a qualidade de nossa atuação no mundo. É o que compõe nosso mundo particular. O que nos dá identidade e nos diferencia das outras pessoas.
No livro Quem me roubou de mim?, padre Fábio de Melo explica: "O horizonte de sentido é uma conjugação de inúmeros fatores. A cidade onde moramos, a história já vivida, a casa que nos abriga, os lugares que frequentamos, os amigos que temos, as crenças que professamos, as relações cotidianas, enfim, tudo isso compõe o nosso mundo particular.
É a partir deste mundo que enxergamos o outro mundo, que não é somente nosso, mas também nosso..."
Por isso pessoas que são sequestradas sofrem uma violência absurda. Além de estarem reféns, sem a liberdade de ir e vir, presas em um cativeiro, elas são retiradas da materialidade que constitui seu mundo particular. Ficam tão confusas, fragilizadas que acaba se rendendo e as vezes ate estabelecem uma relação amistosa com o sequestrador.
Muito ricas as palavras do padre neste livro. Nos faz pensar sobre situações nossas, sentimentos nossos antes tão difíceis de compreender, de lidar. Tão sofridos. Por que se pararmos pra pensar, mesmo que não tenhamos passado por nenhuma situação de sequestro, muitas vezes, por decisão nossa, deixamos este mundo particular, pelo menos sua materialidade, e acabamos sofrendo a mesma condição de vítima. Condição de fragilidade, de perda de tudo aquilo que nos faz sentido. E é aí que entramos em depressão e nos deparamos com nosso lado mais feio, mais triste.
Senti isso quando mudei de cidade e deixei minha família, minha casa, meus amigos. Senti falta do cheiro da comida da mãe e do seu colo sempre disponível. De seu bom senso. Do cheirinho dos lençóis, do quarto. Até do calor infernal que faz ali. Do interesse do pai em saber como foi o dia e de como ele realmente acredita que somos capazes de qualquer coisa. Do café da manhã, ou almoço, ou jantar ou qualquer outra situação em que a família se reunia e conversava, conversava, conversava...
Superei isso pela paixão e pelo amor que aos poucos foi se consolidando e, sobretudo, pelo amor maternal que posteriormente descobri e engrossou meu horizonte de sentidos. Me devolvendo a segurança antes balançada pelo afastamento.
Por isso estou tão animada com novas possibilidades e tão preocupada com as possíveis mudanças. Mas seguindo em frente... sempre...
Quero muito que essas possibilidades se tornem certezas. Também almejo o mesmo, todos aqui sentem sua falta sempre que parte, sentimos falta da Lane tbm, mesmo morando na mesma cidade. São essas pequenas coisas que realmente nos fazem desejar estarmos juntos novamente. Peço a Deus que tudo dê certo. Se assim o for, viveremos um outra etapa, a melhor delas(novamente) e do jeito que é pra ser. Amo muito!!
ResponderExcluirMudanças vem acompanhadas de incertezas. Mas só muda quem tem a certeza de que as incertezas tornaram-se certezas...bjs
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