quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Resoluções de fim de ano

Então vamos lá! Este ano pretendo:

1. Usar mais vestidos. É isso mesmo! Uma pecinha leve, sexy, confortável, feminina que perdeu muito terreno pras calças. Na verdade esta resolução é justamente por que eu meio que abusei das calças, principalmente as jeans. Muitas vezes desconfortáveis, justas, que se não marcam as gordurinhas deformam ainda mais o corpo.

2. Arrumar o escritório. E isso inclui me livrar de muita papelada que tenho guardada (ou entulhada). Ossos do ofício. O pior é o drama pra me livrar de algumas coisas.

3. Ser mãe mais dedicada. Sempre acho que posso ser mais dedicada com minha família. Será que é culpa de quem é mãe, trabalha e estuda?

4. Ser mais dedicada ao casamento. Falta um pouco de cuidado e entrega. A rotina corrói o amor.

5. Ser uma amiga mais presente. Eu sei que meus amigos me amam e me entendem, ou não, mas simplesmente... me amam, né Deléia? Mas é tão bom quando estão por perto que tentarei diminuir a distância.

6. Ser menos bagunceira...

7. ...e menos indisciplinada e desencanada com algumas coisas importantes. Chego a ser irresponsável mesmo. O problema é que tenho certeza de que se trata de auto-sabotagem. Será que tenho que fazer terapia... oh, Lord?

8. Ouvir mais música.

9. Ir mais ao cinema.

10. Receber o título de Mestre. Apesar da relação de amor e extremo desencantamento com a vida acadêmica.

Eh... 2010 vai ser uma ano importante!!!!!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Sobre as queimadas... um belo protesto.

Absurdo

Havia tanto pra lhe contar
A natureza
Mudava a forma o estado e o lugar
Era absurdo

Havia tanto pra lhe mostrar
Era tão belo
Mas olhe agora o estrago em que está

Tapetes fartos de folhas e flores
O chão do mundo se varre aqui
Essa idéia do natural ser sujo
Do inorgânico não se faz

Destruição é reflexo do humano
Se a ambição desumana o Ser
Essa imagem infértil do deserto
Nunca pensei que chegasse aqui

Auto-destrutivos,
Falsas vitimas nocivas?

Havia tanto pra aproveitar
Sem poderio
Tantas histórias, tantos sabores
Capins dourados

Havia tanto pra respirar
Era tão fino
Naqueles rios a gente banhava

Desmatam tudo e reclamam do tempo
Que ironia conflitante ser
Desequilíbrio que alimenta as pragas
Alterado grão, alterado pão

Sujamos rios, dependemos das águas
Tanto faz os meios violentos
Luxúria é ética do perverso vivo
Morto por dinheiro

Cores, tantas cores
Tais belezas
Foram-se

Versos e estrelas
Tantas fadas que eu não vi

Falsos bens, progresso?
Com a mãe, ingratidão

Deram o galinheiro
Pra raposa vigiar

Vanessa da Mata (e seu belo protesto cantado)

domingo, 29 de novembro de 2009

Contagem regressiva

Eu nem acredito!!
Logo mais chegam as férias e com ela mais um mês delicioso junto aos meus. Que já não são só meus. São da Clarinha que vive se queixando de "saudade da minha família" e do Roberto que os curte bastante também.
Recarregar as energias, afinal, já vai fazer um ano que não volto lá.
Sou muito feliz e tenho uma vida abençoada com a família que formei. Mesmo assim, sempre me pego com a sensação de que pra essa felicidade ser completa, só quando estiver vivendo mais próximo à eles.
Falo com meus pais todos os fins de semana e com meus irmãos todos dias, pela internet. Além disso, eles estão sempre vindo aqui. Minha irmã então, por conta do trabalho, de vez em quando vem nos visitar e é tão bom... e tão triste é a despedida.
As despedidas dramas estilo novela mexicana. Nem gosto de pensar. A gente sofre demais... um martírio...
Tenho certeza também que isso só acontece por que minha família é sensacional. Aprendi a dar valor a convivência familiar com eles, sempre conversamos muito, rimos muito, nos importamos muito uns com os outros. E é certo que isso é a causa de minha boa auto estima, de minha segurança em saber o que quero e o que não posso aceitar...
Amor que não se mede.
Mas é claro que basta estarmos juntos por mais de uma semana para que comecemos a ter pequenas discussões também... coisa de família que se importa... que ama demais.
Sinto falta da gentileza do meu pai, do cuidado de minha mãe, das conversas boas e interessadas com meu irmão, da diversão e "trocação de figurinhas"com minha irmã e sua família linda, também. As crianças são um show a parte. Maria Clara e Liah (por enquanto) são as princesinhas da família. Inteligentes, espertas, engraçadas, manhosas, linnndaaaasss...
Nós nos completamos muito e fico pensando se chegará o dia em que nos encontraremos no domingo cada um com sua "trupe" para fazer um churrasco, falar alto, rir, brincar bastante e discutir também... por que faz parte.
Enquanto este dia não chega, nos contentemos com o mês cheio de carinho e diversão que temos nas férias. E nos dias abençoados de quando eles estão por aqui. Enchendo nossas vidas de tudo o que mais interessa nela.
Amo demmaaaaissssssss!!!!!!!!!!!!!!! Que Deus nos abençoe, sempre.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Dia da Consciência Negra

A história do Brasil tem ranços terríveis... recheada de decisões espalhafatosas e justificativas não muito plausíveis... rimos dos nossos "heróis", ridicularizando-os, por isso mesmo... não consigo mais ler livros de História do Brasil com meus alunos sem imaginar o um D. João Balofo, comilão, medroso, covarde... um D. Pedro viciado em sexo ou em como alguns deles foram "inventados", como Tiradentes...
Mas talvez não há em nossa história o que nos cause mais vergonha ou que talvez tenha prejudicado mais  a tentativa de uma "identidade nacional" do que os longos períodos de escravidão em nosso país. Deixou marcas tão fortes que um século e talvez nem dois serão o bastante para sanar.
Por isso as políticas compensatórias de Cotas, por isso a vergonha da Igreja e o pedido eterno de desculpas, por isso o Dia da Consciência Negra.
Nao deveria existir e chega a ser ridículo como "dia da mulher", "dia da sogra"ou coisa parecida. Mas, como o natal, deixa as pessoas mais flexíveis, compreensíveis e até mais reflexivas (como gostam os educadores). E isso, se não resolve a exclusão, o preconceito, a marginalização... pelo menos nos leva, mesmo que obrigatoriamente, a levar em consideração uma cultura muito rica e que contribui muito para este "ser brasileiro"que muita gente diz ter orgulho.
O negro pra ser "visto", precisa ter destaque, precisa fazer algo diferente, algo que traga benefícios sem contestações para a sociedade. Como um grande jogador de futebol, um grande sambista, uma grande passista, um grande ator, escritor, etc. E a grande maioria da população "afro descendente" (o que significa a maioria da população no Brasil, sem dúvida) não tem esta "sorte".
Suas músicas, seu jeito expansivo e musical de sentir alegria e tristeza, de comemorar, de orar, de se vestir ainda são muito marginalizados. E seriam necessários muitos dias da consciência negra para que realmente fossemos iguais, perante a lei, (por que não podemos discutir as diferenças culturais, axiológicas, elas estão aí e são preciosas) ou mesmo para que tivéssemos, pelo menos, igualdade de oportunidades.

Talvez quando conseguirmos superar esse "câncer", equalizar realmente as oportunidades, muita coisa mude na história deste país.






sábado, 14 de novembro de 2009

Arrumamos sarna para nos coçar.

Naquela época... quando o capitalismo ainda começava a dar o ar de sua graça... tempos de tranformação na sociedade... no modo de entender o trabalho... nossas antepassadas se preocupavam em: cozinhar (para um batalhão de gente), lavar/passar, organizar a casa, deixar o marido sempre na beca, ficar sempre cheirosa pro mesmo quando este estivesse em casa pro jantar (que estaria pronto), costurar (as mulheres tinham que ser prendadas para arrumar um bom marido), entre outros. É claro que se formos voltar ainda mais no passado, minhas antepassadas também seriam índias e negras e as preocupações mudavam um pouco... mas isso é uma outra história...

Hoje queremos ser super mega mulheres, surpreender nossos maridos, quando estamos inspiradas, com uma boa comida, tentamos administrar a casa, com a ajuda da secretária do lar, afora decoração, lista de supermercado (as vezes precisamos intervir), tomar decisões sobre a alimentação de nossos filhos, levá-los ao médico, administrar os remédios nos horários certo, verificar situações de higiene, unha, dente, banho, ter certeza de que não estão precisando de roupa, calçado (a quantidade ideal para ir para escola e passeios) e por aí vai... educação em geral... fica a cargo da gente também... pais são mais flexíveis (moles mesmo)...

Trabalhamos fora e queremos ser as melhores no que fazemos. Ser bem sucedidas no trabalho. E por que não pró-ativas, resilientes, como falam no meio corporativo.

Queremos ter amizades e nos dedicarmos a elas. Nesse caso, tenho tentado melhorar. Acho que sempre fui meio displicente. Mas quando encontro antigas amizades, tenho a mesma sensação de quando estou com a família. Segurança, carinho incondicional, amor mesmo.

Estudamos. E nos sentimos as últimas das mulheres. Várias vezes. Quando sentimos que estamos fazendo tudo "mais ou menos", "meia boca", "levando com a barriga"...

Nem preciso falar das horas perdidas (?) no salão cuidando do cabelo, dos pêlos, das unhas... e em casa mesmo, com os hidratantes, secadores, máscaras...

É claro que, pra não pirar, acabamos escolhendo alguma coisa pra nos dedicarmos mais, outras menos... fazendo um lista de prioridades...

"A gente escolhe como quer viver" disse minha irmã uma vez... e eu achei tão profundo. Me lembrou o que li numa entrevista com a Martha Medeiros, sobre o papel da mulher na sociedade. E ela falou, com outras palavras, que a mulher hoje pode ser o quiser, inclusive ser mãe e dona de casa. Por que nos sentimos felizes fazendo isso as vezes. O que não quer dizer que devamos ser menores intelectualmente.

Os homens adoram!

Ouvi uma frase um dia desses que sintetizou muito bem uma coisa que venho pensando a tempos... "O fetiche do homem no Brasil, é diminuir a mulher...". Não sei se é só no Brasil e eu sei bem que não podemos generalizar... mas em determinadas situacões eu tenho vontade de vomitar essas palavras e falar um palavrão bem cabeludo...

Mas pra ser coerente com o que escrevi até agora... podemos até ser Amélia... se isso nos fizer felizes... por que não?

É um convite a uma reflexão... e só. Espero contar com a opinão de todas... e todos.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Ainda bem





Ainda bem
Que você vive comigo
Porque senão
Como seria esta vida?

Sei lá, sei lá

Nos dias frios em que nós estamos juntos
Nos abraçamos sob o nosso conforto

De amar, de amar



Se há dores tudo fica mais fácil
Seu rosto silencia e faz parar
As flores que me manda são fato
Do nosso cuidado e entrega

Meus beijos sem os seus não dariam
Os dias chegariam sem paixão
Meu corpo sem o seu uma parte
Seria o acaso e não sorte

Nesse mundo de tantos anos
Entre tantos séculos
Que sorte a nossa hein?
Entre tantas paixões
Nosso encontro
Nós dois, esse amor.

Entre tantos outros
Entre tantos séculos
Que sorte a nossa hein?
Entre tantas paixões
Esse encontro
Nós dois, esse amor

Entre tantas paixões
Esse encontro
Nós dois, esse amor

Vanessa da Mata

domingo, 8 de novembro de 2009

A maturidade dos 30

Estou a 7 meses de completar 30 anos.

Sempre achei um exagero a criação de expectativas, rótulos, a implementação de mudanças radicais como se fossem verdadeiros rituais de passagem em torno do que há algum tempo poderia se dizer meia idade.

É claro que o frisson é vivido principalmente pelas mulheres. Afinal, nos tornaremos as mulheres de Balzac.

Atualmente, acredito que a expressao balzaquiana seja mencionada com maior precisão, com um signficado mais próximo do que o célebre autor descreveu no século XIX ao falar das mulheres de trinta. A mulher de trinta hoje, não é uma mulher velha. Nem a mulher de 60 precisa ser.

Pelo contrário, a vitalidade e sedução reportada a ela é facilmente constatada e meio que indiscutível. Vitalidade que têm se expandido aos "enta", a meu ver...

Hoje me sinto muito mais segura, muito mais determinada do que a cinco anos atrás. Sei o que quero, o que merece minha atenção e o que não vale a pena discutir. Cometo meus erros, mas reconheço-os muito mais facilmente e tenho a tranquilidade de assumí-los. Me sinto até mais bonita... lembrando pouco aquela menina sempre opiniosa mas muito mais insegura de 20 anos.

Hoje não me arrependo de nada que vivi... ou me arrependo menos...poderia ter feito algumas coisas de um jeito mais sutil, mais discreto...queria ter sido mais enfática e mais coerente com o que penso e acredito... mas sei que tudo isso contribuiu para o esclarecimento, para a humilde sabedoria acumulada... me conheço muito mais... e conheço as pessoas muito mais... me sinto mais mulher...

Não tenho dúvidas, hoje, de que se trata sim de uma passagem... E é claro que já tenho planos para marcá-la... prometo compartilhar com todos. Me acompanhem!!!!

Espero não ter sido irritantemente óbvia... não sou tão criativa, nem tenho o jogo de palavras das pessoas que leio diariamente e as quais admiro tanto... mas vou treinar pra melhorar... o treino começa hoje.